quarta-feira, 1 de julho de 2009

E Agora PV? PV Para onde?




Depois de 04 anos na oposição ao governo de Maria do Carmo, o PV de Santarém embarcou no barco petista de mala e cuia. Pela primeira vez nos últimos quatro anos o PV reuniu considerando os contrários existentes no partido. Dois grupos, um composto pelos “new verdes” defendeu a permanência do partido na oposição e o segundo grupo os “old verdes” defendeu a ida sem questionamentos do partido aos braços dos agora, “amados companheiros petistas”. Embora vencidos, nós gostaríamos de informar que continuaremos no partido e sobre a referida decisão gostaríamos de fazer a seguinte consideração:

O PV santareno pela primeira vez teve a oportunidade de se mostrar ativo, independente, propositivo e perdeu a oportunidade. O PV tem quadros, tem propostas, tem história, tem simpatia da sociedade, tem capacidade de articulação e não pode mais adiar o resgate da sua credibilidade, a restauração e consolidação da sua imagem de partido alternativo e independente. Com a ida aos braços dos “amados companheiros petistas” acovardou-se e teve medo de ocupar uma posição de vanguarda nos conceitos, nos conteúdos e nas formas de fazer política. Esqueceu-se de levantar as bandeiras, os sonhos e a vitalidade criativa que continuam adormecidos, acomodados.

Com as notícias do aquecimento global, com a saturação do trânsito, com a explosão da violência, com a persistência das desigualdades, com o agravamento crescente da qualidade de vida (devido à devastação implacável dos recursos naturais), a sociedade está cada dia mais consciente da importância das soluções verdes. Portanto, era hora de nos apresentarmos como alternativa consistente para reverter esse cenário e oxigenar a política em Santarém, mas perdemos essa oportunidade. Nos anos 80, na fundação do PV, quando o partido falava de reciclagem de lixo, despoluição do rio, planejamento urbano equilibrado, saneamento, ciclovias, redução de gases poluidores, consumo consciente, economia sustentável e fontes energéticas limpas, as pessoas achavam que era algo distante, supérfluo, coisas teóricas. Hoje, a maioria sabe e sente na pele, nos olhos, nos pulmões e nos cérebros estressados os reflexos desse modelo de desenvolvimento ambientalmente descontrolado e socialmente injusto.

Vivemos uma política medíocre, mesquinha, ultrapassada, repetitiva. O PV ao apoiar o PT, ficou passivo e acomodado, aceitando esta situação. Deveríamos ser provocadores, fazendo com que os demais partidos acordem para outras possibilidades. Fizemos isso no começo, influenciando todos os demais partidos a incorporarem a pauta ecológica nos seus programas e campanhas (embora, ainda hoje, muitos desses programas tratem de sustentabilidade apenas na superfície a exemplo do governo petista em Santarém).

Não podemos seguir os mesmos passos dos velhos partidos, das antigas práticas, dos abomináveis acordos de bastidores. Tanto quanto a energia solar, precisamos da política solar, feita às claras, sob o calor e a luz do sol. E é isso que queremos propor para não afundarmos na lama que prevalece no “toma lá da cá” da política tradicional em Santarém.

Devemos pensar política partidária de outro viés, que não esse hoje estabelecido pela quase totalidade dos nossos representantes políticos na cidade. Ano que vem tem eleição, então vamos imaginar uma campanha transparente, leve, afetuosa, criativa. Vamos Imaginar um discurso diferente da ladainha que ouvimos sempre. Vamos imaginar uma campanha cheia de idéias inovadoras. Se podemos imaginar, também podemos reinventar a política, as campanhas e as formas de usar o poder. Podemos transformar a campanha e a cidade num canteiro de idéias, num pólo de inovação urbana, num movimento coletivo movido pelo entusiasmo. Não apenas buscando votos, mas, sobretudo, provocando mudanças de atitudes.

Foi assustador para os “new verdes” ouvir declarações de que a “única alternativa” do PV seria apoiar o partido tal, que tem estrutura, dinheiro... Ou que vereador que quiser reeleição terá que se “vender” ao poder executivo para que este possa financiar as suas ações junto aos seus eleitores. Mas como vamos transformar a nossa cidade, o nosso país e o nosso planeta se praticarmos as mesmas coisas que deixam a cidade, o país e o planeta do jeito que estão? O que justifica nos aliarmos às velhas forças que mantêm este modelo de desenvolvimento que tanto queremos mudar? Como vamos influenciar mudanças de paradigmas se nos submetermos aos velhos padrões?

Ao nos abraçarmos aos “amados companheiros petistas” nos acomodamos e comodismo custa muito. Custa a nossa alma, a nossa identidade, a nossa capacidade de sonhar e viver com esperanças! Mas ousadia não custa nada! Uma política idealista não deve ser baseada em campanhas caras e tradicionais. Em vez de carreatas, usaremos bicicletas, canoas a vela. Em vez de megaplanfletagens que sujam a cidade, podemos usar arte para chamar a atenção e fazer pensar. Em vez de comícios, podemos usar redes de comunicação digital ou o velho e infalível boca-a-boca, ou melhor, coração-a-coração.

Aliás, campanhas não deveriam ser voltadas para arrecadar dinheiro, e sim para difundir idéias, conceitos e motivar novas atitudes. Para criar redes de articulações por mudanças. Não dá prá guardar sonhos e projetos para quando conseguirmos milhões. Aliás, se nos preocuparmos primeiramente em conseguir milhões haverá um grande risco de deixarmos os sonhos e ideais para segundo plano.

Ao nos abraçarmos aos “amados companheiros petistas” repetimos as velhas formas que consomem milhõe$, que dependem de “militância” paga, que poluem e que realimentam a idéia de que seremos sempre dependentes do poder financeiro. Tá na hora de mostrar e trilhar outros caminhos. Faz-se importante afirmar ao nosso vereador do PV na câmara municipal de Santarém que só é possível mudar uma cidade e um País, mudando conceitos, visões, percepções e atitudes. O voto, senhor vereador, não deve ser o nosso objetivo primeiro, deve ser o resultado da nossa capacidade de sensibilizar consciências. Ao nosso vereador vamos além. Entendemos que o PV não pode usar os velhos jargões da política tradicional, afogando-se na mediocridade da matemática política. Em vez de “coeficiente eleitoral” precisamos pensar em “eleições eco-eficientes”.

Não que fechemos as portas para dialogar com outros seguimentos políticos, mas quando isso acontecer temas como: economia solidária; zoneamento ecológico-econômico (ZEE), produção e consumo sustentáveis; indústria comunitária; reciclagem participativa; softwares livres; tecnologias sociais; redes colaborativas; informação livre; cultura digital; diversidade cultural; economia criativa e inclusiva; ética nas relações ou inovação radical no transporte, na educação, na saúde, na urbanização, no saneamento e na gestão pública e saúde como prioridade para o cidadão deverão estar nas pautas para construirmos um diálogo sobre propostas de políticas públicas e não simplesmente uma negociação de cargos para militantes ligados a um determinado vereador ou a ocupação de cargos na administração municipal.

Mesmo respeitando a decisão do partido em apoiar os “amados companheiros petistas” continuaremos a acreditar na construção de uma nova cultura política e, sobretudo, um novo desenvolvimento para Santarém, que possa promover a sensibilidade, a felicidade, a sustentabilidade, onde os melhores valores humanos estejam no foco central.

6 comentários:

  1. Lamentável o posicionamento do PV na atual conjuntura política.
    Acredito nas mesmas idéias que o Pajú e não consigo aceitar a permanência de vcs no PV!
    O que acham que farão com as vossas idéias?com as suas propostas!!!?
    Creio que seja hora de um posicionamento ainda mais severo!

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  2. Porque então, depois desse discurso todo, sobre ética, novas propostas e coisa e tal, no final das contas as perguntas de vocês fizeram na reunião, era sobre o que o partido ganharia do governo? Uma secretaria? Espaços no governo? Na prática, quem perdeu oportunidades foram vocês, porque seu movimento tentando se passar de renovação, era na prática representativo dos interesses da ala que vocês consideram do bem na turma do Lira Maia, o Alex Von. Na prática, a teoria de vocês não expressou para o conjunto do partido de vcs, nem mesmo para a opinião pública, uma alternativa.

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  3. Um pouco de história para entender melhor os processo não faz mal.

    Talvez se o PV tivesse o costume de se reunir como agora. Uns 5 anos atrás já estaria fazendo parte da base do governo de centro-esquerda, ao invés de entrar no barco furado da campanha de Alexandre do Cipoal.
    Lembro que o PV em 2003 entrou dividido na campanha eleitoral, uma parte de seus filiados subiram no palanque da Maria e a outra apoiaram o Vice de Lira Maia.
    Pior foi a destronização súbita de Laudenor Albarado operada em Belem para garantir o apoio do PV ao grupo de Lira Maia.
    Na época Pajú não era Verde, era Cipoal.

    Tiberio Alloggio

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  4. 1- Não iremos sair do PV. Não tenho dúvida que saímos fortalecidos pois mantivemos a ética, a coerência e a moral. Em pouco tempo todo mundo verá quem perdeu realmente. Não iremos nos acovardar ou desaparecer do partido como fizeram alguns e só agora reapareceram por motivos óbvios e repugnantes.
    2- Indagamos sobre cargos e secretarias por sabermos que o vereador não responderia essas perguntas. Ele não sabia de nada, mesmo tendo levado essa discussão para dentro do partido.
    3- Tibério, você tenta plantar coisas com repetição. Tenta atrelar o tempo todo nosso grupo a Lira Maia, Alexandre etc... Seus amigos já devem ter lhe dito o que falamos na reunião e você já deve ter lido o que escrevemos. Nosso grupo pretende ser uma via alternativa a Lira Maia e Maria. Se você voltar a repetir isso vou acabar duvidando de sua inteligência italiana

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  5. Deveria ter colocado inteligência MUSSOLINIANA, porque, para fazer tais comentários esse energumeno só pode ser facista.

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  6. Infelizmente na vida político partidária decisões precisam serem tomadas e por meio delas sobressaem o verdadeiro e inequívoco intuito dos tomadores das referidas decisões.
    Infelizmente, no primeiro canto da sereia dos incompetentes e malversadores petistas, o PV, partido no qual ainda contemplo, foi fraco e prestou-lhes subserviência.
    Esperemos que num futuro próximo, este quadro mude, é que os doutos integrantes deste importante partido, tomem decisões no sentido de apoio a quem efetivamente possui projeto político comprometido não somente com as causas ambientais, mas especificamente, com os problemas sociais que afligem de cheio nossa população.

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