Na contramão dos projetos gigantes que costumam ser preparados para a Amazônia, o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) aposta na conversa com prefeituras e pequenos sindicatos para frear o desmatamento no sudoeste do Pará. A ONG acaba de ser selecionada pelo Fundo Amazônia para receber R$ 10 milhões e ajudar onze municípios dessa região.
O trabalho do Imazon será feito em três anos, abrangendo uma área de 66 mil quilômetros quadrados – o equivalente a três vezes o estado de Sergipe. A ideia é auxiliar os municípios a identificar seus pontos de desmatamento e legalizar suas terras, já demarcando as áreas que devem ser preservadas.
Dos onze municípios selecionados, seis estão na lista oficial de cidades que mais desmatam a Amazônia. As outras cinco têm uma área de devastação que corresponde a mais da metade de seus territórios. “Queremos ajudar na capacitação dos municípios para que eles saiam dessa lista”, afirma a pesquisadora Brenda Brito, do Imazon.
O piloto do projeto já pode ser visto em Paragominas (PA). Lá, a ONG conseguiu juntar prefeitura, governo do estado, comerciantes e sindicatos – entre eles o de produtores rurais – em um pacto para zerar o desmatamento. Com isso, atividades ilegais de exploração da floresta passaram a ser desestimuladas por várias organizações locais.
Os municípios beneficiados serão Abel Figueiredo, Bom Jesus do Tocantins, Breu Branco, Dom Eliseu, Goianésia, Itupiranga, Jacundá, Paragominas, Rondon do Pará, Tailândia e Ulianópolis. “Logo que enviamos a proposta [para o Fundo Amazônia] consultamos os municípios, e já temos carta de anuência das prefeituras”, informa Brenda.
Ajuda externa
Além do Imazon, receberão recursos do Fundo Amazônia a ONG The Nature Conservancy (TNC), que tem projetos em Mato Grosso, e a Fundação Amazonas Sustentável, que atua no estado amazonense. O fundo é gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e hoje tem R$ 150 milhões em carteira. A principal fonte de recursos até agora é a Noruega, que pretende doar US$ 1 bilhão até 2015
fonte: Globo Amazônia
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