ALEXANDRE MORENO
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SÃO PAULO – Comemorando 10 anos no mercado editorial brasileiro, revista embarca na expedição do arqueólogo Eduardo Neves e descobre uma Amazônia de mil anos atrás até hoje desconhecida, onde uma população de mais de cinco milhões de habitantes já usufruíam de uma sofisticada cultura.
Em maio de 2000, a revista National Geographic desembarcava no Brasil por meio do licenciamento da marca pela Editora Abril. Hoje, ao completar 10 anos de sucesso no mercado editorial brasileiro, a publicação segue cumprindo sua missão de levar conhecimento e beleza aos seus leitores, e apresenta uma história de (re)descobrimento do Brasil com fatos inéditos ao senso comum - e até ao acadêmico. Coordenada pelo brilhante arqueólogo Eduardo Neves, uma expedição aos sítios da Amazônia levanta fortes indícios da existência de civilizações com origens pré-coloniais, revelando autores de uma arte sofisticada. A reportagem de capa da edição de aniversário de National Geographic Brasil, assinada pelo próprio Neves, interpreta com maestria as descobertas deste passado achado nos sítios arqueológicos.
Nas páginas de National Geographic Brasil de maio, os leitores terão acesso a dados que contrapõem o que se aprende nas escolas sobre a história do Brasil. A Amazônia estava repleta de sociedades indígenas no ano 1000, algumas hierarquizadas, lideradas por chefes supremos, capazes de comandar um exército de guerreiros. Com uma população estimada em mais de 5 milhões de pessoas, a maior floresta tropical do planeta nesta época já era berço de profundo florescimento cultural. Antes mesmo de a Renascença surgir na Itália, cerâmicas com padrões gráficos sofisticados já eram produzidos em Marajó e nas regiões de Manaus e Santarém - esta, talvez, seja a cidade brasileira mais antiga com origens pré-coloniais.
Em sua reportagem, Neves informa que em Santarém se encontram o que talvez sejam as cerâmicas mais antigas das Américas, nos sítios de Taperinha e da Caverna da Pedra Pintada, com datas que podem chegar a 6000 anos a.C. Por esta razão, Santarém é considerada pelos arqueólogos a cidade brasileira mais antiga com origens pré-coloniais. O arqueólogo acredita que, à medida que as pesquisas avançarem, novas surpresas sobre o passado surgirão. Ele lembra, porém, que os arqueólogos disputam uma corrida contra o tempo: a ocupação desenfreada da Amazônia pode destruir não só o seu futuro, mas também o seu passado.
Eduardo Neves, o autor da reportagem de capa da edição de aniversário de National Geographic Brasil, é graduado em História pela Universidade de São Paulo e Doutor em Arqueologia pela Universidade de Indiana, EUA. É professor do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, onde ensina na Graduação e Pós-Graduação. É credenciado para lecionar e orientar no programa de pós-graduação em Ciências do Ambiente da Universidade Federal do Amazonas. Foi consultor para a implementação do Curso Superior de Tecnologia em Arqueologia da Universidade do Estado do Amazonas. Lecionou e orienta projetos acadêmicos na Universidad del Centro de La Provincia de Buenos Aires, Olavarría, Argentina. Realiza pesquisas e orienta trabalhos acadêmicos na Amazônia brasileira, principalmente em sua porção ocidental. É presidente da Sociedade de Arqueologia Brasileira (Biênio 2009-2011).
Nota do Blog: Só não pode a Prefeita Maria do Carmo do PT usar essa notícia pra justificar a existência de tantos buracos nas ruas de Santarém
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