Na tentativa de dar musculatura à pré-candidatura presidencial da senadora Marina Silva (AC), o PV começou a pôr em prática a estratégia de aproximação com empresários e contabilizou uma vitória ao filiar Guilherme Leal, copresidente do Conselho da Administração da Natura, cotado para assumir o posto de vice na chapa dos verdes. A senadora conduziu ontem em São Paulo uma cerimônia de filiação de "notáveis". Apesar de terem sido preenchidas apenas 17 fichas de inscrição, 11 delas foram de pessoas com vínculos no setor empresarial.
Leal, que esteve ao lado de Marina na tribuna, conduzindo o evento, evitou ser direto quando questionado sobre uma eventual candidatura a vice. Mas não descartou a hipótese de disputar o cargo. "É um processo político que está aberto", afirmou o empresário. Indagado se seria o "José Alencar da Marina", numa referência ao vice do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o empresário respondeu que é um "servidor" do projeto da senadora.
"Com todo respeito que merece o vice José Alencar, eu sou o Guilherme Leal. E com todo o respeito e admiração que merece a senadora, sou o servidor do projeto de construção de um Brasil mais próspero que ela está se propondo a construir", declarou o empresário, chamado por Marina de "amigo e parceiro". "Poderíamos brincar que um é da Silva, e o outro é Leal", completou a senadora numa referência ao jurista José Afonso da Silva, que também se filiou ao partido.
A direção do PV trabalha para que o vice seja alguém com expressão no empresariado - Roberto Klabin, da SOS Mata Atlântica e do conselho da Klabin, também foi cotado. Avalia que a chancela de nomes do PIB paulista à pré-candidatura da senadora ajuda a torná-la uma alternativa com reais chances de vitória - e não mais um capítulo na tradicional polarização entre PT e PSDB, vista nas últimas quatro eleições presidenciais. Além de aumentar a entrada de Marina junto ao PIB paulista, os novos verdes podem contribuir em outra tarefa, a de arrecadação de fundos, uma ação complicada para partidos pequenos como o PV.
A dificuldade para a execução do plano de dar a vice a um empresário de São Paulo, no entanto, está em convencer os diretórios regionais. Minas e Rio de Janeiro também querem indicar filiados para o cargo. Ao comentar a filiação, Leal disse haver "um movimento de pessoas claramente comprometidas com a construção de um País mais interessante". "Esse grupo está mais e mais engajado sob a liderança de Marina", declarou. O empresário disse já ter votado em diversos partidos, entre os quais PT e PSDB.
Marina minimizou a presença de empresários durante o evento e disse que a filiação de Leal, assim como de outros nomes, não significa que será candidato. "Um grupo de pessoas altamente qualificadas resolveu se filiar. O empresário Guilherme Leal não é diferente do nosso constitucionalista professor Afonso." Mas disse que Leal está na "luta da sustentabilidade ambiental como vanguarda do movimento empresarial".
Entre os novos verdes que compareceram à cerimônia estavam Fernando Tedesco Simões, do Moinho Brasil, Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos, Ricardo Guimarães, sócio e diretor-presidente da Thymus Branding, e Fernando Garnero, do Grupo Brasilinvest. Também tornaram-se verdes ontem a socialite Ana Paula Junqueira, que pode concorrer ao cargo de deputada federal, e o ex-jogador de vôlei Pampa.
A senadora e o presidente do PT, José Luiz Penna, também disseram ontem que o PV deverá ter candidatura própria a governador tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
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